As bandas de pífano e as manifestações religiosas em Arapiraca/AL (2010)
O projeto produziu um inventário das práticas das bandas de pífano atuantes na cidade de Arapiraca em sua relação com diversas manifestações populares tradicionais. Este inventário seguiu a metodologia adotada pelo IPHAN para a a elaboração de registro audiovisual destas práticas e tomou a participação da comunidade como a priore central. Compreende-se que a relevância do projeto está vinculada à necessidade de afirmação das identidades culturais através do registro, salvaguarda e valorização de práticas tradicionais, institucionalizadas como patrimônio imaterial. O projeto ancorou-se na concepção de patrimônio cultural imaterial, compreendido pela UNESCO como “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”. Neste sentido, mapear estas práticas colabora com o fortalecimento de um sentimento de identidade que, frente aos processos cada vez mais fortes da globalização, pode ser perenemente descolado da sociedade. O projeto foi desenvolvido inicialmente através do contato com a população do recorte escolhido, para que esta indicasse as manifestações culturais vinculadas à prática a ser registrada e pudesse discutir os modos de inventariamento das mesmas, uma vez que estávamos tratando de práticas hereditariamente transmitidas e que muitas vezes não possuem registro documental. Em paralelo a essa ação a equipe procedeu a uma pesquisa bibliográfica nos acervos municipais e estaduais que compreenderam fichamentos de livros, artigos, revistas, monografias, dissertações, teses, folhetos, jornais e mídias eletrônicas. Essa pesquisa compôs um acervo documental para futuras pesquisas sobre o assunto, indicando fonte, mídia acessada e as informações contidas nas mesmas. Uma terceira etapa constituiu o registro das práticas que pode ser dividido em: [1] registro fotográfico e audiovisual; [2] Entrevistas com a comunidade fazendo uso de metodologia da História Oral e [3] Preenchimento de fichas de registro seguindo a metodologia recomendada pelo IPHAN.